POLÍTICA, SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO | OPINIÃO

quinta-feira, 18 de junho de 2009

INOV JOVEM - Jovens Quadros para a Inovação nas PME

O programa INOV-JOVEM apoia a realização de estágios profissionais em PME, de jovens com uma qualificação superior em áreas de educação e formação relevantes para a inovação e a gestão dessas empresas.Esta medida é promovida, gerida e executada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, I. P. - IEFP, I. P.

OBJECTIVOS INOV - JOVEM:

A Medida INOV-JOVEM tem como objectivos específicos:

Contribuir para os processos de inovação e desenvolvimento nas PME;

Possibilitar aos jovens com qualificação de nível superior o acesso a estágios profissionais em contexto real de trabalho que facilitem e promovam as suas competências sócio-profissionais e a inserção na vida activa;

Facilitar a inserção de jovens quadros em áreas potenciadoras de processos de mudança e desenvolvimento organizacional nas PME;

Promover o ajustamento às necessidades das PME, das competências de jovens com qualificações de nível superior.

Aumentar a intensidade tecnológica dos processos produtivos das PME;

DURAÇÃO DO ESTÁGIO:
Os estágios profissionais promovidos ao abrigo desta medida têm a duração de 12 meses, incluindo um mês de férias.
DESTINATÁRIOS:
A presente Medida abrange jovens desempregados com idade até 35 anos, inclusive, habilitados com qualificação de nível superior em áreas de formação específicas e que reúnam as seguintes condições:

Jovens à procura do primeiro emprego;
Jovens à procura de novo emprego.

Às pessoas com deficiência, não se aplica o limite de idade.
Para mais informações visita os sites:

quarta-feira, 10 de junho de 2009

CRIAR 2009: PARTICIPA





Participa e habilita-se a ganhar 1000€.

Envia um video com um ideia criativa, com a duração máxima de 5 minutos (sendo a duração recomendada de 3m), que se enquadre numa das seguintes categorias:

Visões - Ideias de natureza conceptual, podendo, por exemplo, ser uma simples declaração ou apresentação

Design - Ideias de criação de um objecto, forma ou estrutura, funcional ou artística

Tecnologias - Ideias de uma aplicação ou solução informática


Eu apoio esta iniciativa e tu?!



http://criar2009.gov.pt/
concursocriar2009@cnel.gov.pt

ANTÓNIO BARRETO: COMEMORAÇÕES 10 DE JUNHO



Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Santarém, 10 de Junho de 2009
António Barreto

"Senhor Presidente da República,
Senhor Presidente da Assembleia da República, Senhor Primeiro-ministro,
Senhores Embaixadores,
Senhor Presidente da Câmara de Santarém,
Senhoras e Senhores,

Dia de Portugal... É dia de congratulação. Pode ser dia de lustro e lugares comuns. Mas também
pode ser dia de simplicidade plebeia e de lucidez.

Várias vezes este dia mudou de nome. Já foi de Camões, por onde começou. Já foi de Portugal, da
Raça ou das Comunidades. Agora, é de Portugal, de Camões e das Comunidades. Com ou sem
tolerância, com ou sem intenção política específica, é sempre o mesmo que se festeja: os
Portugueses. Onde quer que vivam.

Há mais de cem anos que se celebra Camões e Portugal. Com tonalidades diferentes, com ideias
diversas de acordo com o espírito do tempo. O que se comemora é sempre o país e o seu povo.
Por isso o Dia de Portugal é também sempre objecto de críticas. Iguais, no essencial, às expressas por Eça de Queirós, aquando do primeiro dia de Camões. Ele afirmava que os portugueses, mais do que colchas às varandas, precisavam de cultura.

Estranho dia este! Já foi uma "manobra republicana", como lhe chamou Jorge de Sena. Já foi
"exaltação da raça", como o designaram no passado. Já foi de Camões, utilizado para louvar
imperialismos que não eram os dele. Já foi das Comunidades, para seduzir os nossos emigrantes,
cujas remessas nos faziam falta. E apenas de Portugal.

Os Estados gostam de comemorar e de se comemorar. Nem sempre sabem associar os povos a tal gesto. Por vezes, quando o fazem, é de modo desajeitado. "As festas decretadas, impostas por lei, nunca se tornam populares", disse também Eça de Queirós. Tinha razão. Mas devo dizer que temos a felicidade única de aliar a festa nacional a Camões. Um poeta, em vez de uma data bélica.
Um poeta que nos deu a voz. Que é a nossa voz. Ou, como disse Eduardo Lourenço, um povo que se julga Camões. Que é Camões. Verdade é que os povos também prezam a comemoração, se nela não virem armadilha ou manipulação. Comemora-se para criar ou reforçar a unidade. Para afirmar a continuidade. Para reinterpretar o
passado. Para utilizar a História a favor do presente. Para invocar um herói que nos dê coesão. Para renovar a legitimidade histórica. São, podem ser, objectivos decentes. Se soubermos resistir à tentação de nos apropriarmos do passado e dos heróis, a fim de desculpar as deficiências
contemporâneas.

Não é possível passar este dia sem olharmos para nós. Mas podemos fazê-lo com consciência. E
simplicidade. Garantimos com altivez que Camões é o grande escritor da língua portuguesa e um dos maiores poetas do mundo, mas talvez fosse preferível estudá-lo, dá-lo a conhecer e garantir a sua perenidade.

Afirmamos, com brio, que os portugueses navegadores descobriram os caminhos do mundo nos
séculos XV e XVI e que os portugueses emigrantes os percorreram desde então. Mais vale afirmá-lo com o sentido do dever de contribuir para a solidez desta comunidade.

Dizemos, com orgulho, que o Português é uma das seis grandes línguas do mundo. Mas deveríamos talvez dizê-lo com a responsabilidade que tal facto nos confere.

Quando se escolhe um português que nos representa, que nos resume, escolhe-se um herói. Ele é
Camões. Podemos festejá-lo com narcisismo. Mas também com a decência de quem nele procura o melhor.

Os nossos maiores heróis, com Camões à cabeça, ilustraram-se pela liberdade e pelo espírito
insubmisso. Pela aventura e pelo esforço empreendedor. Pela sua humanidade e, algumas vezes,
pela tolerância. Infelizmente, foram tantas vezes utilizados com o exacto sentido oposto: obedientes ou símbolos de uma superioridade obscena.

Ainda hoje soubemos prestar homenagem a Salgueiro Maia. Nele, festejámos a liberdade, mas
também aquele homem. Que esta homenagem não se substitua, ritualmente, ao nosso dever de
cuidar da democracia.

As comemorações nacionais têm a frequente tentação de sublinhar ou inventar o excepcional. O
carácter único de um povo. A sua glória. Mas todos sentimos, hoje, os limites dessa receita
nacionalista. Na verdade, comemorar Portugal e festejar os Portugueses pode ser acto de lucidez e consciência. No nosso passado, personificado em Camões, o que mais impressiona é a desproporção entre o povo e os feitos, entre a dimensão e a obra. Assim como esta extraordinária capacidade de resistir, base da "persistência da nacionalidade", como disse Orlando Ribeiro. Mas que isso não apague ou esbata o resto. Festejar Camões não é partilhar o sentido épico que ele soube dar à sua obra maior, mas é perceber o homem, a sua liberdade e a sua criatividade. Como também é perceber o que fizemos de bem e o que fizemos de mal. Descobrimos mundos, mas fizemos a guerra, por vezes injusta. Civilizámos, mas também colonizámos sem humanidade. Soubemos encontrar a liberdade, mas perdemos anos com guerras e ditaduras.

Fizemos a democracia, mas não somos capazes de organizar a justiça. Alargámos a educação, mas
ainda não soubemos dar uma boa instrução. Fizemos bem e mal. Soubemos abandonar a mitologia absurda do país excepcional, único, a fim de nos transformarmos num país como os outros. Mas que é o nosso. Por isso, temos de nos ocupar dele. Para que não sejam outros a fazê-lo.

Há mais de trinta anos, neste dia, Jorge de Sena deixou palavras que ecoam. Trouxe-nos um
Camões humano, sabedor, contraditório, irreverente, subversivo mesmo.

Desde então, muito mudou. O regime democrático consolidou-se. Recheado de defeitos, é certo.
Ainda a viver com muita crispação, com certeza. Mas com regras de vida em liberdade.
Evoluiu a situação das mulheres, a sua presença na sociedade. Invisíveis durante tanto tempo,
submissas ainda há pouco, as mulheres já fizeram um país diferente.

Mudou até a constituição do povo. A sociedade plural em que vivemos hoje, com vários deuses e
credos, com dois sexos iguais, com diversas línguas e muitos costumes, com os partidos e as
associações que se queira, seria irreconhecível aos nossos próximos antepassados.

A sociedade e o país abriram-se ao mundo. No emprego, no comércio, no estudo, nas viagens, nas
relações individuais e até no casamento, a sociedade aberta é uma novidade recente.

A pertença à União Europeia, timidamente desejada há três décadas, nem sequer por todos, é um facto consumado. A estes trinta anos pertence também o Estado de protecção social, com especial relevo para o Serviço Nacional de Saúde, a segurança social universal e a escolarização da população jovem. É certamente uma das realizações maiores.

Estas transformações são motivo de regozijo. Mas este não deve iludir o que ainda precisa de
mudança. O que não foi possível fazer progredir. E a mudança que correu mal.
A Sociedade e o Estado são ainda excessivamente centralizados. As desigualdades sociais persistem para além do aceitável. A injustiça é perene. A falta de justiça também. 0 favor ainda vence vezes de mais o mérito. O endividamento de todos, país, Estado, empresas e famílias é excessivo e hipoteca a próxima geração. A nossa pertença à União Europeia não é claramente discutida e não provoca um pensamento sério sobre o nosso futuro como nacionalidade independente.

Há poucos dias, a eleição europeia confirmou situações e diagnósticos conhecidos. A elevadíssima
abstenção mostrou uma vez mais a permanente crise de legitimidade e de representatividade das instituições europeias. A cidadania europeia é uma noção vaga e incerta. É um conceito inventado por políticos e juristas, não é uma realidade vivida e percebida pelos povos. É um pretexto de Estado, não um sentimento dos povos. A pertença à Europa é, para os cidadãos, uma metafísica sem tradição cultural, espiritual ou política. Os Estados e os povos europeus deveriam pensar de novo, uma, duas, três vezes, antes de prosseguir caminhos sem saída ou falsos percursos que terminam mal. E nós fazemos parte desse número de Estados e povos que têm a obrigação de pensar melhor o seu futuro, o futuro dos Portugueses que vêm a seguir.
É a pensar nessas gerações que devemos aproveitar uma comemoração e um herói para melhor ligar o passado com o futuro.

Não usemos os nossos heróis para nos desculpar. Usemo-los como exemplos. Porque o exemplo
tem efeitos mais duráveis do que qualquer ensino voluntarista.

Pela justiça e pela tolerância, os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais.
Pela honestidade e contra a corrupção, os portugueses necessitam de exemplo, bem mais do que de sermões.

Pela eficácia, pela pontualidade, pelo atendimento público e pela civilidade dos costumes, os
portugueses serão mais sensíveis ao exemplo do que à ameaça ou ao desprezo.
Pela liberdade e pelo respeito devido aos outros, os portugueses aprenderão mais com o exemplo do que com declarações solenes.

Contra a decadência moral e cívica, os portugueses terão mais a ganhar com o exemplo do que com discursos pomposos.

Pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo, os portugueses seguirão o exemplo com
mais elevado sentido de justiça.

Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus
melhores. O exemplo dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas
responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira
preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para
quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo "ethos" deveria ser o de servir.

Dê-se o exemplo e esse gesto será fértil! Não vale a pena, para usar uma frase feita, dar "sinais de esperança" ou "mensagens de confiança". Quem assim age, tem apenas a fórmula e a retórica.
Dê-se o exemplo de um poder firme, mas flexível, e a democracia melhorará. Dê-se o exemplo de
honestidade e verdade, e a corrupção diminuirá.
Dê-se o exemplo de tratamento humano e justo e a crispação reduzir-se-á. Dê-se o exemplo de trabalho, de poupança e de investimento e a economia sentirá os seus efeitos.

Políticos, empresários, sindicalistas e funcionários: tenham consciência de que, em tempos de
excesso de informação e de propaganda, as vossas palavras são cada vez mais vazias e inúteis e de que o vosso exemplo é cada vez mais decisivo. Se tiverem consideração por quem trabalha, poderão melhor atravessar as crises. Se forem verdadeiros, serão respeitados, mesmo em tempos difíceis.

Em momentos de crise económica, de abaixamento dos critérios morais no exercício de funções
empresariais ou políticas, o bom exemplo pode ser a chave, não para as soluções milagrosas, mas
para o esforço de recuperação do país."

segunda-feira, 8 de junho de 2009

ELEIÇÕES EUROPEIAS



O neoliberalismo, uma forma moderna do liberalismo que concede ao estado uma intervenção muito reduzida na economia, que defende a absoluta liberdade de mercado e o Estado mínimo (ou seja, a privatização de todos os serviços públicos, menos as forças de segurança e justiça) surge no início do século XXI com a maior crise de carácter económico e financeiro nunca antes sentida e com efeitos negativos e profundos na economia global, fazendo com que os países mais industrializados do mundo e as economias emergentes registem, em simultâneo, recessões económicas com repercussões sociais significativas que põem em causa a qualidade de vida das gerações contemporâneas e futuras.
A consequência mais visível e sentida é o desemprego, resultado da recessão económica. A procura cai, a produção estagna e diminui, as entidades empregadoras despedem, as empresas encerram, o investimento cai e a desconfiança prevalece no mercado. Com os privados a não investir, recorre-se ao Estado para criar emprego através do investimento público. Esta crise é também o resultado da falta de ética das instituições, da corrupção que alastrou no mundo e da ruptura com valores humanos e democráticos.
No passado dia 7 de Junho realizaram-se nos 27 estados – membros da União Europeia, eleições europeias, ou seja, eleições para o Parlamento Europeu. O Parlamento Europeu é constituído por vários partidos:





PSE – Partido Socialista Europeu

ALDE – Aliança dos Democratas

PPE/DE – Partido Popular Europeu e dos Democratas Europeus

UEN – União para a Europa das Nações

Verdes/ALE – Verdes/Aliança Livre Europeia

CEUE/EVN – Coligação Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica

INDE/DEM – Independência/Democracia

NI – Não inscritos

O partido com maior número de deputados e com maioria é o PPE/DE, um partido que se rege pelos valores de direita – defende o neoliberalismo e o Estado mínimo – e que contribuíram para o surgimento desta crise. Da mesma maneira que o PS tem maioria absoluta em Portugal o PPE/DE tem maioria no Parlamento Europeu.
Com a crise internacional e todas as suas consequências seria de esperar que os partidos com valores de esquerda democrática – que defendem a intervenção do Estado na Economia e o Estado Social – ganhassem mais espaço e lugares no Parlamento Europeu. Eu esperava isso, mas não foi o que aconteceu.
Em primeiro lugar, quero fazer referência à Abstenção. Nestas eleições regista-se a mais elevada taxa de abstenção de sempre na União Europeia foi de 56,6%, e em Portugal foi de 62,5% (acima da média europeia). Em 2004, 77% dos jovens entre os 18 e os 24 anos abstiveram-se. Veremos quantos mais de abstiveram nestas eleições. Quanto à abstenção dizer que quem se abstêm abdica de participar na construção de um Portugal melhor. Dizer que quem se abstêm deixa que outros escolham por si. Dizer que quem se abstêm é civicamente irresponsável. Dizer que quem se abstêm perde a legitimidade de criticar, reivindicar e por em causa programas políticos que ganharam eleições livres e democráticas. Dizer que a abstenção numa sociedade democrática não é a solução. Dizer que o voto livre é a essência de um regime democrático e constitui um direito que a todos nós assiste.
Em segundo lugar, reflectir convosco os resultados eleitorais em Portugal:



- PPD/PSD, que faz parte do PPE/DE ganha eleições com 31,68% – elege 9 mandatos

- PS, que faz parte do PSE, com 26,58% – elege 8 mandatos

- Bloco de Esquerda, que faz parte da CEUE/EVN com 10,74% – elege 2* mandatos

- CDU, que faz também parte da CEUE/EVN com 10,66% – elege 2 mandatos

- CDS-PP, que faz parte do PPE/DE com 8,37% elege 2 mandatos

*Mais um por confirmar para o Bloco de Esquerda

Para estas eleições europeias, Portugal tem o direito de eleger 22 deputados dos 736 eurodeputados que constituem o Parlamento Europeu e representam 27 países.
Mais importante do que a vitória do PPD/PSD nestas eleições é o crescimento da extrema – esquerda com valores anti – europeístas e princípios e doutrina comunista, refiro-me ao Bloco de Esquerda e CDU, que juntos representam cerca de 21% das intenções de voto. Que consequências para Portugal, que desvantagens, muitas certamente. Tema que irei certamente explorar num outro momento.
Contudo, é importante ressalvar a vitória do PPD/PSD. Este partido, apresentou-se como alternativa ao Partido Socialista no governo português em eleições para o Parlamento Europeu. Este partido, apresentou-se com uma política de “verdade”, mas a nova claque desportiva – os “Orange Boys” (composta por militantes da JSD na sua maioria, e permitam-me utilizar a liberdade de expressão) fizeram questão de entoar a mensagem do PPD/PSD para os portugueses, a de que “o povo não se esquece que a crise é do PS”. Bem, aqui podemos estar a falar de várias coisas, pode ser ignorância, pode ser demagogia, pode ser incompetência, mas “Verdade” não é de certeza. Atribuir a maior crise financeira e económica de sempre no mundo a um partido português, é ser politicamente pateta. Responsabilizar o PS pelo que se passa no Mundo, que tem efeitos directos em Portugal é mesmo mentira, isto para que ninguém fique confuso. Veremos agora Paulo Rangel e os restantes eurodeputados eleitos no Parlamento Europeu a insurgirem-se contra o TGV? Não me parece.
Reconhecer, ainda, o contraste entre a abstenção e o número de partidos candidatos. Dar uma palavra de coragem e incentivo aos pequenos partidos que se candidataram.
“YES, WE CAN” ou “CHANGE” foram as palavras mais ouvidas e proferidas pelos cidadãos norte – americanas, em plena crise no final de 2008, quando elegeram Barack Obama. O novo Presidente dos EUA foi eleito para mudar. Mudar por mais Estado, quer na economia, quer na sociedade, mudar por maior regulação e por mais políticas sociais. Na Europa, as pessoas não quiseram mudar. Na Europa, as pessoas reforçaram o poder daqueles que deram origem a esta crise. Na Europa, as pessoas deixaram de acreditar.
Não podemos ignorar a Europa, temos de acreditar na Europa. Não podemos dizer que gostamos de viver em Democracia, quando não contribuímos para o seu bom funcionamento, devemos demonstrar que gostamos de viver em Democracia através da participação efectiva nos momentos eleitorais. O voto é o derradeiro processo democrático que garante a cada um de nós o direito de escolher, avaliar e julgar aqueles que nos governam periodicamente.
Em Portugal, as eleições europeias têm sido o palco de protesto das políticas nacionais. Nestas eleições, quem procurou punir este governo pelas dificuldades que todos enfrentamos, acabou por apoiar os responsáveis pela crise. Uma crise mundial de valores e princípios éticos, uma crise local de repercussões económicas e sociais. Este momento não é de vitória para ninguém, este momento deve ser de reflexão, bom senso e esforço para todos.